12. Mário Quintana

  "O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro."

(Mário Quintana, In "Evolução", Caderno H, 1973)

11. Fernando Pessoa

  "A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar."

(Fernando Pessoa - Bernardo Soares In Livro do Desassossego, 1982)


10. William Shakespeare

  "O êxito de um bom dito depende mais do ouvido que o escuta do que da boca que o diz."

(William Shakespeare)

9. Rubem Alves

  "A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."

(Rubem Alves, trecho da crônica "Céus", in Pensamentos que penso quando não estou pensando, 2007)

8. Clarice Lispector

  "Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir."

(Clarice Lispector, trecho da crônica "Escrever", in A descoberta do mundo: crônicas, 1992)

7. Tolstoi


"As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira"

(Leon Tolstoi, in Anna Karenina)

6. Proust

  "Mentimos para Proteger o nosso Prazer. A mentira é essencial à humanidade. Nela desempenha porventura um papel tão importante como a procura do prazer, e de resto é comandada por essa mesma procura. Mentimos para proteger o nosso prazer, ou a nossa honra se a divulgação do prazer for contrária à honra. Mentimos ao longo de toda a nossa vida, até, e sobretudo, e talvez apenas, àqueles que nos amam. Só estes, com efeito, nos fazem temer pelo nosso prazer e desejar a sua estima."

(Marcel Proust, in A Fugitiva, 1925)

5. Plutarco

  "O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro."

(Plutarco, séc. II)

4. Albert Camus


  "Há gente que é feita para viver e gente que é feita para amar"

(Albert Camus, In O Mito de Sísifo, 1942)

3. Mário Quintana



CARTAZ PARA UMA FEIRA DO LIVRO

Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

(Mário Quintana, in Caderno H, 1973)

2. Mário Quintana

POEMINHA SENTIMENTAL
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

(Mário Quintana, in Preparativos de Viagem, 1987)

1.Citare... Citatio...

  Citar é o mesmo que mencionar, referir-se a alguém ou algum texto (ou trecho) lido, como autoridade, exemplo ou (analisando e contextualizando o poeta Fernando Pessoa*) uma forma de se certificar que não se esquecerá de alguém. Citar também pode ser intimar alguém à comparecer em juízo, para explicar-se, para defender-se, para dizer alguma coisa sobre si mesmo, o que pensa, o que quer que queira dizer. Aqui é, por assim dizer, um lugar para citar quem teve e tem algo a dizer. Bem-vindos!


*Literatura e Imortalidade
Que pensa dos nossos escritores do momento, prosadores, poetas e dramaturgos? Citar é ser injusto. Enumerar é esquecer. Não quero esquecer ninguém de quem me não lembre. Confio ao silêncio a injustiça. A ânsia de ser completo leva ao desespero de o não poder ser. Não citarei ninguém. Julgue-se citado quem se julgue com direito a sê-lo. Ressalvo assim todos. Lavo as mãos, como Pilatos; lavo-as, porém, inutilmente porque é sempre inutilmente que se faz um gesto simplificador. Que sei eu do presente, salvo que ele é já o futuro? Quem são os meus contemporâneos? Só o futuro o poderá dizer. Coexiste comigo muita gente que vive comigo apenas porque dura comigo. Esses são apenas os meus conterrâneos no tempo; e eu não quero ser bairrista em matéria de imortalidade. Na dúvida, repito, não citarei ninguém. 
Entrevista de Fernando Pessoa na Revista Portuguesa, nº 23-24. Lisboa: 13-10-1923.